Letras



Uma sintonia perfeita no 171 da programação. O círculo das emoções é algo surpreendente. Quando pensei que iria começar, tudo se desfez em cascalhos na indecisão.

É corrente não acreditar em futuros de bondade e muito menos no reconhecimento. Uma mesa com algumas cadeiras foi o divisor amigável sem justificativa para mudança.

Alguns tentam me sentir, saber o que eu penso, me decifrar. Desejo-lhes boa sorte, pois o enigma é absurdo não sabendo eu demonstrar meus sentimentos.

As constantes chamadas em todas as redes sociais já me confirmam uma loucura aparente. É desapego com sobrecarga arrasada pelo inevitável compromisso.

Sem lógica alguma, descrevo algumas horas dos meus dias para esse leitor tão inquietante que não conheço, mas já admiro com o olhar que não vejo e de falar por ter sentido.


É claro.


                                      _Manuela Felix_

Beatles



Nessa semana de roda gigante, estive solta ao contemplar uma paisagem e me esquecendo da trajetória abaixo do sonho. Foi como sentar ao lado da incerteza e segurar o pranto sem acreditar no porquê da realidade.

Uma atmosfera pôde sentir que eu não era capaz de entender. As únicas palavras que podiam explicar a minha tristeza rolavam na face junto com a última descida na ladeira.

As buzinas, as luzes dos faróis e a trilha feita pelos carros não podiam e nem queriam saber o que eu sentia. Era tudo tão cruel e injusto que minha única opção foi abraçar o desconhecido e fechar a porta sem olhar para o adeus.


Let it be.


                                         _Manuela Felix_

Constante



Uma gruta envaidecida volta como o polegar do “eu nunca” para o mesmo lugar. As mesmas palavras, os gestos e exigências. Não tem nada de novo. Nada vai mudar.

Canso-me de pensar no acaso tão sombrio das temporalidades e com a mesma destreza competente do uso. Caminho pela esquerda e a única companhia é o vento frio e a luz distante das estrelas.

Já não é mais amor, nem desejo. Não é mais nada que vá além de um cotidiano mórbido com portas fechadas.

Não pense caro leitor que estou triste. É só um desabafo de situações passadas que só consegui compreender agora.


Re - leve.


                                      _Manuela Felix_

Usina



Com o roteiro de um novo filme na mão da criatividade, eu conheci Fabiano. Ele é um trabalhador rural que inspirou com esforço toda uma equipe. Vamos filmar o dia, as expressões do rosto molduradas em forma de lágrima. Tenho certeza que não serei mais a mesma até porque o meu dia é noite ensolarada.

Um desabafo, acusações onde não formulo respostas apenas leio sem voz e intenção. Um amigo em que se possa contar e outro amor interestadual, tão distante que a qualquer momento posso encontrar de malas desfeitas na porta da última chance.

Não existe lógica leitor. Isso é o que está acontecendo no meio do ar. É difícil chorar na frente do seu coordenador e dizer que não aguenta mais tantas mensagens, e-mails e uma pressão do ‘tanto faz’.

Mas a força está ai em mim, ai em você.



                                                           _Manuela Felix_

Um



Fiquei pensando em como escrever, mas não tive tempo, nem razão, nem forças suficientes para fazê-lo. São as escadas rolando, as ruas morrendo, um carro em silêncio e um novo lugar. Nunca me senti tão perdida como estou agora, em uma guerra tão minha.

São os olhos do destino e a colisão do momento com a falta de esperança. Sinto-me tão cansada por 2013. O suor diário escorre uma história silenciada. As linhas da página caem de acordo com

as batidas do mundo.



                                             

                                                      _Manuela Felix_

Ontem



Com um meio desfocado pela circunstância, cheguei em casa molhada pela piscina lavada pelo desapego. Foi um dia bom, com risadas, fotos engraçadas, conversas sinceras, uma saudade no peito, um sentimento que insiste em viver.

Uns dias tão loucos com a arte, a cultura, o design e os tons na conversa de jornalista. Além disso, tinha a cana-de-açúcar com uma tonalidade institucional e o solo alagoano que me faz crescer tanto.

Foram muitas discussões por causa de trabalhos, eventos e os laços que nos unem. São as diferenças. É o início, meio e fim das horas. Pude avaliar nas entrelinhas a impressão dos outros em desabafar.

Sei que alguns esperaram para que eu publicasse essa versão tão minha desse mundo tão nosso. Me perdoem leitores pela demora. Ando com a cabeça longe das letras, perto da inspiração, mas pensativa na certeza.


Expliquei tudo e sei que a clareza está longe das minhas palavras. 


                                           _Manuela Felix_
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