#VEMPRARUA (um passado bem presente)



Os pombos estavam comendo as migalhas no chão. Eram os primeiros raios de sol. As malas faziam peso nas minhas costas. Entretanto, o meu pensamento estava leve. Era a felicidade de quem iluminou o descanso e acordou como a maioria dos que fazem essa nação. Reconhecemos: o gigante brasileiro é forte, impávido colosso.

Os cartazes, as caras pintadas, as vozes da revolta, as ruas que caminham nossos sonhos, a vergonha política, o descaso social e diga o verde-louro desta flâmula - paz no futuro e glória no passado. Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta. Nem teme.

Para muitos que governam o nosso Brasil, representamos apenas os votos contidos. Não somos vistos como povo, raça ou até mesmo seres humanos. Porém, continuemos a lutar, ir às ruas, acreditar na mudança. A insatisfação atual prova que esse é o momento para dar um fim a constante exploração que sofremos. 

Fazemos parte de um sonho intenso, um raio vívido de amor e esperança. O céu está formoso, risonho e límpido. A imagem do Cruzeiro procura resplandecer a própria natureza, pois és belo e o teu futuro espelha essa grandeza.


#VEMPRARUA!



                                                            _Manuela Felix_



P.S: FOTO - Protesto em Maceió-AL - 20/06/2013 (por Manuela Felix)



Unidas?



Olhei a borra de café que se abria pelo chão. Os detalhes do tapete perdiam a vida enquanto todos da sala riam, esbravejavam, viam televisão, se olhavam e se amavam apesar de tudo. Talvez seja algo que não se vê muito hoje, mas o que se pode fazer? É a família.

Em todas as épocas, contos e músicas, a união sempre fez a força clichê de simplesmente ser e ninguém pode contestar a pura verdade. Se Caetano, Gil ou Gal não estivessem unidos provavelmente não valeria a pena ouvir muitos dos tons brasileiros. Como sempre os laços de sangue, de culturas, de poder, de ódio ou amor em vão são rejeitados, pois nada pode impedir o inevitável triunfo.

Quando a II Guerra Mundial veio como as tempestades de eras e tempos em países e gerações, a comunidade internacional teve um súbito sentimento para manter a paz. A ideia de criar a Organização das Nações Unidas (ONU) veio através de um planejamento de anos, horas, hipocrisias e lágrimas com intenções fingidas.

A união de nações organizadas aprovou envio de rebeldes a Rússia, viu os próprios interesses econômicos e todas as palavras vindas dos vulcões do calabouço de toda podridão humana prevalecerem. Vidas foram sacrificadas, multinacionais enriqueceram, as plantações morreram, o comércio das armas continua e a guerra na Síria interrompe histórias, como a minha e a sua, de gente que só queria acreditar que o sonho é possível.

Onde está a paz? Onde está a verdadeira força? Onde está o pano para limpar o café que caiu no tapete da minha casa?


Estou procurando a resposta para tudo, mas o que posso fazer agora é escrever a tradução da minha inquietação para você. Ajude-me. 



                                              _Manuela Felix_

Cadeira



Estava comendo umas coisas engraçadas que se chamam calorias. Depois que dias cansativos e exaustos de toda cólera gotejante pairavam sobre o ar da sobrevivência, resolvi dormir.

Sonhei nas coisas lindas e feias que nos rodeiam as palavras sangrentas com os passos da madrugada solta em uivos dos lobos adormecidos e o mar da vida sombrio, assustador, profundo e belo.

Queria informar que os meus sonhos não são tão bonitos e não existem ideais, mas sim ilusões projetadas com expectativas tolas.

Não se engane pela lua ou pelo vento do som em meio ao barulho. O meu coração está preso e as feras se escondem por trás de muitos sorrisos.

As correntes que prendem os pensantes são as mesmas que soltam as horas de extensões geniais.


Faça-me crer que é possível e não se engane por causa das contas de luz. 



                                                     _Manuela Felix_
Tecnologia do Blogger.