Como uma dor presa e furiosa, o curso da música ultrapassa as barreiras sociais e quebra almas ao meio. Há quem chore, quem lembre, quem pense e até mesmo se inspire com uma canção. No tempo atual, um ‘Criolo’ meio ‘Doido’, fez a reflexão primária sobre o amor. Será que isso ainda existe?
Criolo nasceu onde a terra roxa foi sedimentada: São Paulo deu luz ao rapper em Santo Amaro. Ele possui um estilo próprio, um mix de tons com samba, rap, reggae e bolero se faz e se refaz a cada composição. O ‘Nó na Orelha’ é o mais recente álbum do cantor que emplaca a trilha do amor que não existe em SP.
Em uma noite de pressa e atraso, um taxista – que prefere não ser identificado - com revolta e indignação declarou que o Governo de Alagoas não liga para a classe social menos favorecida. “Moça o governador só liga para o dinheiro. A gente não tem um lazer, não tem nada. A única coisa que temos é a praia que é de graça. Eu moro aqui há muito tempo e já me acostumei”, desabafa.
Entre o abraço - o olhar e o contato – Talles Arthur, estudante de Letras da Ufal, traça o perfil do sentimento amável entre alagoanos. “As pessoas aqui são egoístas. Claro existem exceções, mas em sua maioria só veem o próprio umbigo”, relatou ele.
No canto da mesa havia um homem com nome de navegador. Cabral acha que a falta de amor em Alagoas é fruto de uma sociedade usineira que concentra a riqueza ao longo da história. “Alagoas é comandada por poucas famílias. O povo não tem oportunidade. Já morei em vários lugares, mas aqui foi onde eu encontrei menos solidariedade humana”, finaliza.
Com uma falta de amar tão evidente, o que dizer aos que ainda restam para contar uma história com entrelinhas que fogem da obvia frieza alagoana? Acredite: ainda pode existir amor em MCZ.
_Manuela Felix_
P.S: Tema sugerido pelo professor Walcler Junior
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