Ontem





No réveillon me caíram bem o branco e prata. Eu queria paz, mas a cor “vibrante” foi só um coincidente gosto pessoal. Já estamos em março e pergunto: cadê o significado dessas cores? Aquele colar com as moedas mexicanas ainda está comigo. O que me deu esse presente disse que eu teria sorte. E, agora, penso sobre todos esses amuletos mágicos.

Pontuando o Carnaval, virei à mesa - como de costume - e fui para Olinda\Recife. Pernambuco sempre será a minha terra, o meu lar. Porém, dessa vez foi diferente: me senti turista, como se fosse tudo pela primeira vez. Não vi a minha família, nem os amigos antigos, nem os caras do passado e nem pisei no interior que nasci. Acho que eu precisava passar pelo leão do norte sem tocar nas raízes antigas. E, por isso, me tornei menos pernambucana. Virei uma cidadã do mundo.

Com a madrugada, voltei para casa. Agora Maceió é minha casa, sabiam? Por muito tempo não encarei dessa forma. Subi em direção ao apartamento 201, abri a porta e o chão estava limpo esperando a sujeira do meu florido tênis All Star. E, quando acordei, minha mãe beijou o meu rosto. Foi saudade. Eu entendo.

Parece que 2015 começou agora. Bebi tudo que não podia na última sexta-feira. A Jamaica passou dentro de mim e ouvi o reggae único do Bob Marley. Sei que, depois de muita coisa envolvida, eu estava na praia. Andei a areia cambaleando morais com um ser desconhecido para quem - surpreendentemente - fez-se conhecido. Álcool não é uma boa companhia para os intensos. Eu que o diga.

O que esperar desse mês? Não sei. Vou dar o meu melhor, de fato. Espero estar mais sóbria quando tudo terminar, assim será mais difícil esquecer alguns detalhes. O maior desafio é achar um foco de sanidade. A loucura é amiga dos que ousam, dos corajosos. Pelo menos, nessa zona “crazy”, me sinto confortável.

Seja bem vindo março. Não gostaria que fosse doce, apenas seja você mesmo. Para mim já vale muito. 


_Manuela Felix_

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