Magic




Para mim é como se fosse final de período onde tenho trabalhos, provas, eventos e a vontade incansável (e constante) de partir. Assim tem sido o meu janeiro. Escuto música cotidianamente e lembro-me das reclamações.  Os meus dedos continuam frios.

Como de praxe, fiz as primeiras metas para 2015. E caminho pelo desafio, o cumprindo, com louvor. Acho que levantei neste ano, tomei um café da manhã caprichado e abri a porta das possibilidades. O velho eu já mandei embora. Ele deve estar na esquina me esperando. Deixe estar...

E claro, mudei o blog!  Além disso, sai da academia. Vou me dedicar ao pilates, yoga, livros, viagens, bons amigos e boas risadas. Ofereço a doçura para as pessoas amargas. Não vale a pena se queixar.

Aos meus leitores lindos, desejo que este ano tenha muito amor e paz para vocês. Portanto, nessa fase “zen” da minha vida, lhes digo:

Namastê!


                                                                     _Manuela Felix_

Raça



Enquanto 2015 não chega, vou sentar na linha da comunicação e fazer a inspeção de como estou e de como iniciei. É normal que nessa época façamos aquela reflexão do que fizemos ou deixamos de fazer. Eu mesma tenho muito para contar, mas não sei como dizer.

Quando esse ano começou eu tinha traçado planos que, em sua maioria, não ganharam toques de realidade. Pensei estar mais segura das escolhas e dos passos pré-definidos.

Mas veio a roda do tempo e me chamou para tomar uns drinks. Pensei em DEUS, na família e nas aulas que não assisti. O tempo mostrou, enquanto eu tomava uma vodka, que fiz aquilo que tinha de ser feito.

Vou ao cinema de forma interestelar para participar dos jogos vorazes na primeira parte da esperança. Yves Saint Laurent fuma, consome drogas, talento e criatividade.

E vejo o tempo comigo, me fazendo conhecer pessoas que nunca vão sair do meu caminho com pedras históricas que na noite passada absorveram o vômito de todas as farras comemorativas. Ele foi cama e santuário das minhas lágrimas. Mas agora estou bebendo bem menos, pensando bem mais, vivendo por dentro e por fora.

Valorizar as relações afetivas é de uma sutileza ímpar nos encaixes. Cada pedaço do Brasil está comigo em grupos do Whatsapp e já estou longe, Preciso aproveitar esses últimos segundos enquanto os tenho perto de mim.

Chamaram-me de tanta coisa e gritei para os quatro cantos que vou ficar mais calma. Faltou o espelho das palavras refletir a alma.

Não pergunte porque eu sempre vou. Talvez para ter muitas histórias quando surgir àquela vontade de

voltar.


                                                   _Manuela Felix_

Merci





A folha em branco potencializa a dor de cabeça. Não consigo escrever a latência de poucas palavras na construção do texto coerente. Ponho os dedos sobre o teclado e começo aquele ritual.

Milton Nascimento em seu “cais” embalou o som das palmas. Pois é possível inventar uma lua nova e, até mesmo, o sonhador. Mas já podaram muitos momentos e desviram alguns destinos.

Ainda quero falar uma coisa que pode estar aqui do lado. .Bem mais perto do que pensamos. É uma questão de juventude e 

fé.                                           

                                                   _Manuela Felix_

Santo




Marcamos. Anotei na agenda. Planejei. Escolhi a saia colorida e uma bolsa cara. O perfume de sempre. A força maior. Objetivamente, eu não tinha foco. Fui ao banheiro. Voltei e me fiz cliente ao folhear o cardápio.

O atraso já esperado me permitiu sentir a música do vento. Observei as pessoas ao saborear uma sensação rara de não ter o que fazer. Foi quando ele chegou.

A postura, os pés e o cansaço. Tudo isso estava no rosto dele poeticamente envolvido pela fumaça do cigarro. Era lindo.

Esse momento de contemplação aliava-se ao papel, as ligações e as inúmeras mensagens que corroíam a minha saúde mental. Eu também estava cansada, mas com ele ao meu lado percebi o mundo na paz tranquila onde podemos fumar sem preocupação.

Da conversa, tiramos proveito de histórias formadas por felicidade, dor e aprendizado. Não queria ir embora. Tudo se estendeu para caminharmos juntos ao ponto da despedida. E isso foi só uma reunião.

Talvez.
                                               _Manuela Felix_

Eleitor




Se eu contasse tudo que vivi nessas últimas estações sentimentais, vocês não iriam suportar. Mas quem sabe não recebo um pouco de crédito conseguindo me fazer sincera ?

Antes de tudo, estava envolvida no hoje considerado o maior evento para estudantes de jornalismo em Alagoas. Uma equipe, várias ideias, reuniões, faltas e brigas. Foi um sucesso com efeitos colaterais.

Perdi amigos, a confiança em muitos e a minha raiva cresceu. A fúria está mais nos meus olhos e passeia a galope dentro de mim. Quem tiver coragem, pode me testar.

Deixando um pouco esse lado da ameaça, vamos ao amor. Me mudei, conheci pessoas especiais, fui a um psicólogo inusitado, peguei gelo, mesa, cadeira e faixa. Pude ser até mãe, pois conversar tem dessas coisas.

Não me arrependi das escolhas, nem dos passos obscuros. Eu precisava do desafio e este me fez acordar.

Ainda bem.

                                                           _Manuela Felix_

West




Por Lana, fiquei sabendo que na Costa Oeste existe um ditado: "se você não está bebendo, não entra no jogo". E a música vem na correnteza querendo entender as portas fechadas e a esperança perdida.

É como a voz para me afastar. A saudade de quem mora longe passeia dentro de mim. Em silêncio, concluo: seu cigarro está aceso na varanda.

Como é doce o garoto. Ele tem seus ícones, suas estrelas de cinema, suas rainhas de Saigon. Mais quente do que o fogo são as conversas decepcionantes no whatsapp.

Mas isso é amor,

baby. 


                                                     _Manuela Felix_

Eduardo




Subi as escadas à espera do meu almoço. Pensava no que eu tinha para fazer naquele dia aparentemente comum. A agenda completa, a cabeça cheia, a blusa amassada e o sapato sujo. Mas quando toquei os meus pés dentro de casa, fiquei sabendo: você tinha ido embora.

Eu sentei na cozinha, minha mãe no sofá e meu pai na mesa. Nós chorávamos juntos. O telefone não parou de tocar e o meu celular recebia notificações de inúmeras mensagens. As pessoas desejavam a nós, uma família pernambucana que hoje mora em Alagoas, força para esse momento de dor.

Na verdade, nunca imaginei o quanto sentiria quando Eduardo Campos morresse. Cresci admirando sua força, seus ideais e tudo que ele fez por nós, pernambucanos.  Ainda não suporto ver as notícias de que ele se foi.  Estou chorando todos os dias, mesmo sorrindo.

Sei que as especulações sobre o que aconteceu assombrarão as nossas certezas bem como as filas de pensamentos entristecidos. Minha alternativa é seguir um dos últimos conselhos de Eduardo Campos: “Não vamos desistir do Brasil”.


E não desistirei.

                                             _Manuela Felix_
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