...Certos Dois Olhos Negros



Dois Olhos Negros,

O que em mim encantaste, iluminaste e desafiaste...
Dois Olhos Negros,
Quanta beleza vejo em teu olhar!

Teu encantamento demonstra coisas belas dessa vida,
Teu olhar ilumina o meu olhar...
E me desafia a compreendê-lo, entende-lo!

Sempre que me vejo a te olhar...
Sinto-me a sonhar, só de te encontrar.

Tenho procurado, viajado... percorrido o mundo
A encontrar
Um olhar como o teu olhar.
Dois Olhos Negros,
Quis nunca te ganhar...
Apenas desvendar os teus mistérios para mim.

E se eu fosse o primeiro
A encontrar um olhar como o teu!

Como seria a minha vida,
Sei que sonho não se dar...
Mas, como seria viver rodeado por teu olhar?

Penso que seria como viver em plenitude,
Em êxtase!

Mas, até compreender e desvendar esse olhar
E seus mistérios,
Sigo minha vida a procurar
Certos Dois Olhos Negros!

                                          
                                          _Anderson Diego - correspondente_

Estação



Na primavera dos meus dias
não houve tamanha inocência
do que acreditar que um dia seríamos felizes.

Na primavera dos meus dias
percebi o sol em dias de chuva.
Senti flores quando só existiam galhos secos.
Eu me vi acompanhada quando na verdade sempre estive sozinha.

Na primavera dos meus dias
eu me encontrava tão feliz
enquanto a tristeza andava sorrindo ao meu lado.
Eu me achava com tanta vida
mas a morte colocou seu aroma no ar da minha esperança.

O meu caminho é correnteza.
Dor. Desalento. Perseguição.
O meu caminho é de pedra.
Espinho. Miragem.
O meu caminho na praia se encontra com as ondas do mar.


                                                                  _Manuela Felix_



Céu




Porque os cantos da chuva
se olham
trocam histórias

Há candelabros ofuscantes
crianças correndo, rindo
parques e avenidas

Há felicidade
no mundo que tinhamos
Uma cor quebrada em mil laranjas
Um canto de chuva quebrado em mil tempestades.




                                                               _Manuela Felix_





Tempo



São os anos que se distoam
em vozes
em vultos
que nos unem em um espaço
ascendente
de calor e frio.


São as horas cúmplices
dos meus pensamentos
de cor
sem cor.


Apenas o que tenho
são os meus pés
que não veneram os teus caminhos
implorando flores.




                                                                    _Manuela Felix_




Fome





Nas cabeceiras das constelações
existe apenas o vazio
de quem tem algo
mas não sabe traduzir.

São gritos de morte
de caminhos cheios de dor.

Andava
mais sabia que era
um a se revelar
em outro.

Saindo
procurei a mim
e não me achando
voltei para o ar e me desfiz.


Em flocos de pó
em gotas de fogo
em cantos de silêncios.




                                                           _Manuela Felix_



RECORDAÇÃO por SANTIDADE




Quando chorei não sabia
como me comportar.
Caminhei sobre a beleza
dos meus olhos.

Via tudo em vermelho.
Era ódio acarinhado
amoroso
único.


                                                                       _Manuela Felix_



 

Em uma tarde



Soa alto o canto dos que choram.
Soa alto os passos dos que desistiram.
Soa alto a dor contínua.
Soa alto as ilusões perdidas.

Queira eu escutar o som que não é cantado
mas sentido.
Queira eu soar um canto feliz.
Esse dia é tão distante...tão cinza...

Que o bom seja para todos.
A cura das almas.
O sonho do orvalho.
A luz das águas.

Sofrendo pelos mesmos motivos.
Total escuridão.
Felicidade se vai.




                                                                _Manuela Felix_
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