Na esquina dos meus lábios

escorrem ladainhas infantis cheias de tons de rosa e azul.

Em frente aos meus ouvidos

existem carros, pessoas, sonhos, medos e gestos.

Atrás do meu sorriso

brigam palavras.

                                                                     _Manuela Felix_

O som da minha voz ecoa

Atravessa montes

Tempestades labirintos desertos...

Vaga no tempo

Quebra silêncios

Corrói almas

Destrói castelos

Corrompe inocentes

A minha voz é medo angustia sangue

A minha voz é o que não se quer ouvir

A minha voz ecoa o seu nome.

                                                              _Manuela Felix_

Contemplei sonhos, flores e esperanças. Eu olho para a estrada que fica atrás dos meus pés e eu vejo o que percorri. Eu me volto para o horizonte e as lágrimas de gratidão me fazem lembrar que a caminhada não tem fim. A vida nasce dentro de nós independente da morte ao nosso redor. O meu caminho é refeito por cores.

                                                                                         _Manuela Felix_

Depois de guerras sangrentas

de palavras envoltas de pranto

de silêncios amargurados

olhares pintados de rubro

mãos cheias de armas

passos tão sem destino

a paz veio até mim.

Os ventos me agraciaram

com um dia que a esperança assumiu seu trono.

Um amanhecer sem nuvens em meus pensamentos.

Pude ver o rio das minhas lágrimas regando as flores do meu jardim.

Revi fotos e não as olhei com dor.

Mas com saudade.

Fui para um lugar esquecido do meu coração

e o fiz lembrar que ainda podemos ser felizes.

                                                                             _Manuela Felix_

De negro se tecem os meus cabelos.

De sangue se envolvem meus dedos.

De fúria se altiva os meus olhos.

De coragem se desperta a minha voz.

                                                     _Manuela Felix_

A quem devo culpar o motivo da minha fúria?

A quem devo acusar por ter me feito chorar?

Por quem minhas palavras precisam ser ouvidas?

Eu não sei.

Nunca o vi.

Não sei como são seus olhos.

Não sei como é seu cheiro.

Não sei o tom da sua voz.

Não sei dos seus pensamentos.

E por não saber nada, sei tudo.

Depois de tanto tempo

minha mão pousa sobre as linhas do eucalipto

Percorrendo a ira do meu coração

Só para lhe dizer tudo que nada sei

ao som do vento.

                                                                      _Manuela Felix_

Este mundo de crueldade se molhou.

Para a terra que encosta os meus pés

temos o amor palavriando ao vento.

É olhar dos que odeiam.

É saída dos que buscam matar.

É ação dos que temem ser amáveis.

É sentir dos que gelados possuem um coração.

É sabedoria dos pensamentos egocêntricos.

É doação das próprias maldades.

As pessoas precisam de dias.

Palavras pequenas.

Grandes mentiras.

O mal neste mundo luta com o bem 

de uma minoria que espera nos sonhos a felicidade.          

                                                                        

                                                                           _Manuela Felix_