Pedras



Quando me olhei na alvorada
perdi no vermelho das curvas do destino
um raio de sutileza
ele se chamava recomeço

Caminhei sozinha
e analisei cada detalhe das sombras da noite
A vibração do momento
e o saltitar dos meus pensamentos

Ao meu redor não existe mais
o que existia
quando eu não existia
ao seu lado.



                                                    _Manuela Felix_




No monte




Estava no céu que não vejo.
De lá não encontrei razão.
Nem saber.
Os rios percorriam sem sombra.




                                                    _Manuela Felix_

Direção



Cantei silêncios
Recitei estações
Encontrei você
Achei lírios
Cantei sorrisos
Soltei suspiros
Rompi momentos
Caminhei pelo abismo


                                              _Manuela Felix_

Alí



Vivendo por um dia de calor.
Sem perdão.
O suor desce pelo rosto.
Se mistura as lembranças
A boca se corta
Palavras não teremos mais
Nem sons dos uivos de tantas manhãs
A minha alma mora longe de mim




                                                            
                                                       _Manuela Felix_



...Certos Dois Olhos Negros



Dois Olhos Negros,

O que em mim encantaste, iluminaste e desafiaste...
Dois Olhos Negros,
Quanta beleza vejo em teu olhar!

Teu encantamento demonstra coisas belas dessa vida,
Teu olhar ilumina o meu olhar...
E me desafia a compreendê-lo, entende-lo!

Sempre que me vejo a te olhar...
Sinto-me a sonhar, só de te encontrar.

Tenho procurado, viajado... percorrido o mundo
A encontrar
Um olhar como o teu olhar.
Dois Olhos Negros,
Quis nunca te ganhar...
Apenas desvendar os teus mistérios para mim.

E se eu fosse o primeiro
A encontrar um olhar como o teu!

Como seria a minha vida,
Sei que sonho não se dar...
Mas, como seria viver rodeado por teu olhar?

Penso que seria como viver em plenitude,
Em êxtase!

Mas, até compreender e desvendar esse olhar
E seus mistérios,
Sigo minha vida a procurar
Certos Dois Olhos Negros!

                                          
                                          _Anderson Diego - correspondente_

Estação



Na primavera dos meus dias
não houve tamanha inocência
do que acreditar que um dia seríamos felizes.

Na primavera dos meus dias
percebi o sol em dias de chuva.
Senti flores quando só existiam galhos secos.
Eu me vi acompanhada quando na verdade sempre estive sozinha.

Na primavera dos meus dias
eu me encontrava tão feliz
enquanto a tristeza andava sorrindo ao meu lado.
Eu me achava com tanta vida
mas a morte colocou seu aroma no ar da minha esperança.

O meu caminho é correnteza.
Dor. Desalento. Perseguição.
O meu caminho é de pedra.
Espinho. Miragem.
O meu caminho na praia se encontra com as ondas do mar.


                                                                  _Manuela Felix_



Céu




Porque os cantos da chuva
se olham
trocam histórias

Há candelabros ofuscantes
crianças correndo, rindo
parques e avenidas

Há felicidade
no mundo que tinhamos
Uma cor quebrada em mil laranjas
Um canto de chuva quebrado em mil tempestades.




                                                               _Manuela Felix_





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