Estação



Na primavera dos meus dias
não houve tamanha inocência
do que acreditar que um dia seríamos felizes.

Na primavera dos meus dias
percebi o sol em dias de chuva.
Senti flores quando só existiam galhos secos.
Eu me vi acompanhada quando na verdade sempre estive sozinha.

Na primavera dos meus dias
eu me encontrava tão feliz
enquanto a tristeza andava sorrindo ao meu lado.
Eu me achava com tanta vida
mas a morte colocou seu aroma no ar da minha esperança.

O meu caminho é correnteza.
Dor. Desalento. Perseguição.
O meu caminho é de pedra.
Espinho. Miragem.
O meu caminho na praia se encontra com as ondas do mar.


                                                                  _Manuela Felix_



Céu




Porque os cantos da chuva
se olham
trocam histórias

Há candelabros ofuscantes
crianças correndo, rindo
parques e avenidas

Há felicidade
no mundo que tinhamos
Uma cor quebrada em mil laranjas
Um canto de chuva quebrado em mil tempestades.




                                                               _Manuela Felix_





Tempo



São os anos que se distoam
em vozes
em vultos
que nos unem em um espaço
ascendente
de calor e frio.


São as horas cúmplices
dos meus pensamentos
de cor
sem cor.


Apenas o que tenho
são os meus pés
que não veneram os teus caminhos
implorando flores.




                                                                    _Manuela Felix_




Fome





Nas cabeceiras das constelações
existe apenas o vazio
de quem tem algo
mas não sabe traduzir.

São gritos de morte
de caminhos cheios de dor.

Andava
mais sabia que era
um a se revelar
em outro.

Saindo
procurei a mim
e não me achando
voltei para o ar e me desfiz.


Em flocos de pó
em gotas de fogo
em cantos de silêncios.




                                                           _Manuela Felix_



RECORDAÇÃO por SANTIDADE




Quando chorei não sabia
como me comportar.
Caminhei sobre a beleza
dos meus olhos.

Via tudo em vermelho.
Era ódio acarinhado
amoroso
único.


                                                                       _Manuela Felix_



 

Em uma tarde



Soa alto o canto dos que choram.
Soa alto os passos dos que desistiram.
Soa alto a dor contínua.
Soa alto as ilusões perdidas.

Queira eu escutar o som que não é cantado
mas sentido.
Queira eu soar um canto feliz.
Esse dia é tão distante...tão cinza...

Que o bom seja para todos.
A cura das almas.
O sonho do orvalho.
A luz das águas.

Sofrendo pelos mesmos motivos.
Total escuridão.
Felicidade se vai.




                                                                _Manuela Felix_

Sobre 2011




... uma das coisas que esse ano me ensinou foi a não me importar mas sim fazer as coisas certas, mesmo que essas coisas não façam nenhum sentido.

Pois tudo o que aconteceu serviu para me tornar uma pessoa melhor. Eu aprendi  que nós precisamos dar valor ao que as pessoas sentem pois se não só deixamos lágrimas pelo caminho. Eu aprendi que agir com o coração muitas vezes nos leva para correntezas tão fortes que parece que não vai haver mais esperança. Eu aprendi a força do perdão. 

Mas a gente leva um tempo para se reerguer das pancadas que a vida nos dá. Mas foi com todos os arranhões, quedas, lágrimas que eu aprendi a ser mais forte.

Pois a vida sempre nos dá uma nova chance. De amar, de viver e de ser feliz. E eu sou grata a #DEUS por isso e por todas as coisas que me fizeram chegar até aqui ...
           
                                                                                                       _Manuela Felix_

  

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